Nas salas amplas, fechadas à vida,
ouve-se o eco dos passos
e o drapear leve das cortinas,
a esgotar-se de encontro aos quadros.
É a chuva, sempre a chuva,
a escorrer das janelas altas
e a encharcar a memória
dos dias
em que as portas se abriam
para entrar sândalo e jasmim.
De quando em quando,
o assobio do vento,
nas sacadas e varandas,
faz-se escutar.
Escuto.
O silêncio desta casa
é a mais solene das músicas.
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