Sábado, 30 de Janeiro de 2010

 

Saboreia os beijos, antes das lágrimas

e saboreia as lágrimas, depois dos beijos.

Saboreia antes que se desvaneçam

num vazio feito de ruído e ausência.

 

Escuta o oráculo recôndito do sangue

que, das brisas suaves, recolhe

prenúncios de delícias.  Escuta, antes

que as tuas mãos se esvaziem de esperança.

 

Respira a manhã, antes que anoiteça

e respira a noite, antes que amanheça, e

as mornas tardes da infância, num tempo

que não sabia a tempo, só a maresia.

 

Sente o amor, sente antes que cesse.

 

Quando te rodearem  murmúrios

Que valor terá o teu epitáfio,

se a vida não te pertenceu.

 

 

 



publicado por Mnemosine às 17:37 | link do post | comentar

Domingo, 3 de Janeiro de 2010

 

A quietude, o silêncio

desta paisagem alagada.

As copas das árvores

rompem em tufos, arbustos rasteiros 

na linha de água.

A estrada parada,

só  metros adiante retomada.

 

O sossego deste ecrã líquido

onde, ainda há pouco,

água, raios e vento,

riscavam com fúria

um filme de destruição.

 

Memória de terrores ancestrais,

quando a natureza era Deusa

e tudo eram sinais.

 

 

 



publicado por Mnemosine às 18:52 | link do post | comentar

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