O dobrar dos sinos
ecoou
no silêncio dos beirais,
bateu nas sacadas,
fez ricochete
e esgueirou-se, lodoso e esguio,
até se esgotar nas sombras do laranjal.
À mesa,
os talheres quedaram-se solenes
num enlace desampado
as mãos recolheram-se expectantes
num abraço côncavo
e ficaram-se.
Lá fora os campos de arroz
espelhos de água
rachados a meio
pelo fio bulicioso da auto-estrada
continuaram desafiadores
a encará-la.
Cultura
Actualidade