O quarto era um todo febril, com vestígios de calor lunar, tão negro como o interior dum caixão enorme, a escuridão espalhava-se por todas as superfícies e, alimentando-se das partículas duma coisa que ele nunca vira, o quarto era a coisa mais negra do mundo.
Yukio Mishima. O marinheiro que perdeu as graças do Mar.
Insónia
A espessura da noite
Mancha de opacidade
Este espaço informe, o pensamento
Imagens vogam, distorcidas
Na ânsia de se
Construírem, caleidoscópicas
O pensamento sucede-se
Busca relevos, qualquer coisa que seja sentido
Qualquer coisa que possa ser
Um pensamento livre, sensível
Uma porção tangível de verdade
Que inunde de luar
O rosto da noite.
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