(...) os nossos rostos marcados pela faina, por decepções, pelo sucesso, pelo amor; os nossos olhos exaustos que continuam à espera, permanentemente à espera, ansiosamente à espera de algo na vida, que se esvai enquanto se espera - passa desapercebida, como um suspiro, como um lampejo - a par da juventude, da pujança, do romance das ilusões.
Joseph Conrad
Marlow, sempre loquaz, reflecte o sentido absurdo da vida, a mesma que nos retém numa espera ansiosa e permanente de algo indefinível. E ainda que saibamos que essa é uma espera inútil, sem propósito, a verdade é que não se consegue concebê-la, a vida, doutra maneira. A vida é essa espera permanente, absurda, a consumir-se, de antemão, nessa mesma espera com fim anunciado.
A sabedoria de Marlow, feita de verdades contundentes.
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