Domingo, 26.12.10

 

Waiting here, by the river

Always failing to remember why we came

I wonder why we came

You talk to me as if from a distance

And I reply with impressions from another time

 

 



publicado por Mnemosine às 11:14 | link do post | comentar

Segunda-feira, 27.09.10

 

senhora, por bem, livrai-me do

excesso e de tudo o que for vazio de amor.

 

e se alguém me espera

e não me quer bem, senhora, livrai-me:

não interessa quem.

 

(...) senhora, por deus, livrai-me de mim

que tenho comigo as luas e as marés

e o apelo do mar sem fim.

 



publicado por Mnemosine às 18:43 | link do post | comentar

Sábado, 18.09.10

 

antes de te conhecer: existias nas árvores e

nos montes e nas nuvens que olhava ao fim da tarde

muito longe de mim, dentro de mim, tu eras a claridade

 

José Luis Peixoto



publicado por Mnemosine às 17:53 | link do post | comentar

Segunda-feira, 13.09.10

 

Creio nos anjos que andam pelo mundo,

Creio na deusa com olhos de diamante,

Creio em amores lunares com piano de fundo,

Creio nas lendas, nas fadas, nos atlantes

Creio num engenho que falta mais fecundo

De harmonizar as partes dissonantes,

Creio que tudo é eterno num segundo,

Creio nun céu futuro ue houve dantes,

Creio nos deuses de um astral mais puro,

Creio na flor humilde que se encosta ao muro,

Creio na carne que enfeitiça o além,

Creio no incrível, nas coisas assombrosas,

Na ocupação do mundo pelas rosas,

Creio que o amor tem asas de ouro. Amém.



publicado por Mnemosine às 21:11 | link do post | comentar

Quarta-feira, 14.04.10

 

Do seu leito amniótico

O rio inteiro

Domina

A paisagem escandida

Por socalcos que se alongam

Num céu chumbo e sulfato

 



publicado por Mnemosine às 18:58 | link do post | comentar

Segunda-feira, 29.03.10

 

O dia a crescer em sombras

de gaivotas ululantes

de olhos pardos

sitiando

o voo rasteiro

das andorinhas traídas

pelo aguaceiro

frio

de encontro ao seu peito

plúmbeo.

 



publicado por Mnemosine às 20:34 | link do post | comentar

Domingo, 03.01.10

 

A quietude, o silêncio

desta paisagem alagada.

As copas das árvores

rompem em tufos, arbustos rasteiros 

na linha de água.

A estrada parada,

só  metros adiante retomada.

 

O sossego deste ecrã líquido

onde, ainda há pouco,

água, raios e vento,

riscavam com fúria

um filme de destruição.

 

Memória de terrores ancestrais,

quando a natureza era Deusa

e tudo eram sinais.

 

 

 



publicado por Mnemosine às 18:52 | link do post | comentar

Quarta-feira, 25.11.09

 

KUBLAI KAN: - Não sei quando tiveste tempo para visitar todos os países que me descreves. Eu acho que tu nunca saíste deste jardim.

 

POLO: - Cada coisa que vejo e faço toma sentido num espaço da mente onde reina a mesma calma daqui, a mesma penumbra, o mesmo silêncio percorrido pelo estalar das folhas. No momento em que me concentro a reflectir, dou comigo sempre neste jardim, a esta hora da tarde, na tua augusta presença, embora continuando sem um instante de pausa a subir um rio verde de crocodilos ou a contar os barris de peixe salgado que colocam no porão.

 

Italo Calvino, Cidades Invisíveis.



publicado por Mnemosine às 20:37 | link do post | comentar

Quinta-feira, 17.09.09

 

 

Sem nos tomarem por estranhos, as gaivotas deambulam no passeio, a nosso lado.

É como se os pássaros fossem animados de uma sabedoria instintiva que aceita o convívio das diferenças, quando  reservadas são as distâncias.

 

 



publicado por Mnemosine às 11:03 | link do post | comentar

Segunda-feira, 17.08.09

 

Acordo, do meu sono claro da tarde e

Recomeço o baloiço da cadeira.

O sossego

Do alpendre chama a si um pardal

Que ali pousa, à escuta.

Aceito a sua guarda.

Recosto-me na cadeira

A respirar o perfume das laranjeiras.

 

 



publicado por Mnemosine às 21:06 | link do post | comentar

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