Sexta-feira, 07.01.11

 

Toda a noite é assim...
Senta-te, ama, perto
Do leito onde esperto.
Vem p'r'ao pé de mim...

Amei tanta cousa...
Hoje nada existe.
Aqui ao pé da cama
Canta-me, minha ama,
Uma canção triste.

Era uma princesa
Que amou... Já não sei...
Como estou esquecido!
Canta-me ao ouvido
E adormecerei...

Que é feito de tudo?
Que fiz eu de mim?
Deixa-me dormir,
Dormir a sorrir
E seja isto o fim

 

 

 

 



publicado por Mnemosine às 16:05 | link do post | comentar

Segunda-feira, 27.12.10

 

Nem só lamas, nem só lodos ...

 

 

 

 



publicado por Mnemosine às 14:41 | link do post | comentar

Segunda-feira, 27.09.10

 

senhora, por bem, livrai-me do

excesso e de tudo o que for vazio de amor.

 

e se alguém me espera

e não me quer bem, senhora, livrai-me:

não interessa quem.

 

(...) senhora, por deus, livrai-me de mim

que tenho comigo as luas e as marés

e o apelo do mar sem fim.

 



publicado por Mnemosine às 18:43 | link do post | comentar

Sábado, 18.09.10

 

antes de te conhecer: existias nas árvores e

nos montes e nas nuvens que olhava ao fim da tarde

muito longe de mim, dentro de mim, tu eras a claridade

 

José Luis Peixoto



publicado por Mnemosine às 17:53 | link do post | comentar

Segunda-feira, 13.09.10

 

Creio nos anjos que andam pelo mundo,

Creio na deusa com olhos de diamante,

Creio em amores lunares com piano de fundo,

Creio nas lendas, nas fadas, nos atlantes

Creio num engenho que falta mais fecundo

De harmonizar as partes dissonantes,

Creio que tudo é eterno num segundo,

Creio nun céu futuro ue houve dantes,

Creio nos deuses de um astral mais puro,

Creio na flor humilde que se encosta ao muro,

Creio na carne que enfeitiça o além,

Creio no incrível, nas coisas assombrosas,

Na ocupação do mundo pelas rosas,

Creio que o amor tem asas de ouro. Amém.



publicado por Mnemosine às 21:11 | link do post | comentar

Quarta-feira, 01.09.10

 

Colecciono silêncios de abundância

silêncios de tardes calmas, de água

silêncios de escadas e de salas

momentos antes da arruada

 

Guardo silêncios de vozes amadas

os seus passos, o seu sossego

salvo conduto

nos dias de noite e nevoeiro

 

O silêncio chilreado dos pássaros

nas manhãs da infância

o bater de asas, as gaivotas

a erguerem-se em lufadas

 

Guardo o silêncio nos poemas

versos volteados, de mar

de pó, de setembro

silêncios meus

de horas vagas.

 

 



publicado por Mnemosine às 21:39 | link do post | comentar

Segunda-feira, 09.08.10

 

 

A minha ânsia do poema sublime

Aquele que guardasse intacto

O momento dos teus olhos

Que fosse, do mundo, um lugar seguro

Que fosse, do tempo, um escudo

Um poema que estancasse

O esquecimento

 

Ainda que me resistam as palavras

Persisto nesse poema sublime

Esse, o único que me interessa,

O poema que há-de guardar

O momento dos teus olhos, nos meus

 



publicado por Mnemosine às 20:45 | link do post | comentar

Domingo, 16.05.10

 

Vou ficando.

 

Suspensa na litânia

que se desprende das ondas,

se desprende do marulhar de poemas antigos,

dos barcos que ardem na noite.

 

Vou ficando, de olhar cadente.

 


tags: , ,

publicado por Mnemosine às 20:56 | link do post | comentar

Quarta-feira, 14.04.10

 

Do seu leito amniótico

O rio inteiro

Domina

A paisagem escandida

Por socalcos que se alongam

Num céu chumbo e sulfato

 



publicado por Mnemosine às 18:58 | link do post | comentar

Domingo, 03.01.10

 

A quietude, o silêncio

desta paisagem alagada.

As copas das árvores

rompem em tufos, arbustos rasteiros 

na linha de água.

A estrada parada,

só  metros adiante retomada.

 

O sossego deste ecrã líquido

onde, ainda há pouco,

água, raios e vento,

riscavam com fúria

um filme de destruição.

 

Memória de terrores ancestrais,

quando a natureza era Deusa

e tudo eram sinais.

 

 

 



publicado por Mnemosine às 18:52 | link do post | comentar

mais sobre mim
Abril 2011
Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1
2

3
4
5
6
7
8
9

10
11
12
13
15
16

17
18
19
20
21
22
23

24
26
27
28
29
30


posts recentes

Fernando Pessoa - Como a ...

Poema à boca fechada

Nona hora

Eras a claridade

Creio em Natália Correia

Collectiouse

A minha ânsia do poema su...

Olhar cadente

Douro

Fúria

links
arquivos

Abril 2011

Janeiro 2011

Dezembro 2010

Outubro 2010

Setembro 2010

Agosto 2010

Julho 2010

Junho 2010

Maio 2010

Abril 2010

Março 2010

Fevereiro 2010

Janeiro 2010

Dezembro 2009

Novembro 2009

Outubro 2009

Setembro 2009

Agosto 2009

Julho 2009

Junho 2009

Maio 2009

Abril 2009

Março 2009

Fevereiro 2009

Janeiro 2009

Dezembro 2008

Novembro 2008

Outubro 2008

Setembro 2008

tags

todas as tags

blogs SAPO
subscrever feeds